quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Fundamentalismo religioso é a causa de graves transtornos mentais

Em homenagem aos fundamentalistas e políticos evangélicos do assim chamado Encontro para a Consciêcia Crista:

Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/fundamentalismo-religioso-e-causa-de-graves-transtornos-mentais.html





Fundamentalismo religioso é causa de 

graves transtornos mentais


Filha de missionários da Assembleia de Deus, especialista ajuda há mais de 20 anos homens 
mulheres a se recuperarem das doenças psicológicas não só causadas por crenças religiosas, 
mas também aquelas que acabam sendo realçadas pelo fundamentalismo religioso.


“Depois de 27 anos tentando viver uma vida perfeita, eu achei que tinha falhado… 
Eu tinha vergonha  de mim durante todo o dia. Minha mente lutava contra ela mesma, sem alívio. 
Eu sempre acreditei em  tudo que me foi ensinado, mas ainda assim pensava que não tinha a 
aprovação de Deus. Eu pensava que ia morrer no Armagedom. Durante anos, eu me machucava 
literalmente, cortava e queimava meus braços, para me punir antes que Deus o fizesse. 
Levei anos para me sentir curada.”
fundamentalismo religioso livro
Livro contém 20 anos da experiência da autora
Esse relato é de um paciente de Marlene Winell (na foto abaixo), americana de San Francisco que se especializou em desenvolvimento humano e estudo da família. Ela é autora do Leaving the Fold: A Guide for Former Fundamentalists and Others Leaving their Religion — livro que, como diz seu título, é um guia sobre como se livrar das consequências de religião fundamentalista.
Winell cunhou o termo “Síndrome do Trauma Religioso”, STR (na sigla em português), para classificar os sintomas de pacientes que sofrem de transtornos mentais em decorrência da lavagem cerebral de religiões fundamentalistas.
Filha de missionários da Assembleia de Deus, Winel ajuda há mais de 20 anos homens e mulheres a se recuperarem das doenças psicológicas não só causadas por crenças religiosas, mas também aquelas que acabam sendo realçadas ou despertadas pelo fundamentalismo cristão.
Em entrevista à psicóloga Valerie Tarico, Winel disse que os sintomas do
STR inclui, além da ansiedade, depressão, dificuldades cognitivas e degradação do
relacionamento social. “Os ensinamentos e práticas religiosas, por vezes, causam danos 
graves na saúde mental.”
“No cristianismo fundamentalista, o indivíduo é considerado depravado e tem necessidade de 
salvação”, afirmou. “A mensagem central é ‘você é mau e merece morrer, porque o salário do
 pecado é a morte. [...] Já tive pacientes que, quando eram crianças, se sentiam perturbados
diante da imagem sanguinolenta e Jesus pagando pelos pecados deles.”

Síndrome do Trauma Religioso se manifesta em pessoas de todas as idades, mas
principalmente naquelas cuja personalidade esteja em formação, as crianças.
“As pessoas doutrinadas pelo cristianismo fundamentalista desde criança podem ser 
aterrorizadas por memórias de imagens do inferno e do apocalipse”, disse. 
“Algumas sobreviventes desse período, as quais eu prefiro chamar de ‘recuperadas’, têm 
flashbacks, ataques de pânicos, ou pesadelos na vida adulta, mesmo quando se 
libertaram das pregações teológicas.”
marlene winell fundamentalismo religioso
Livro de Marlene Winell trata da Síndrome do Trauma Religioso (Foto: Reprodução)
Um paciente relatou seus tormentos dessa fase
de sua vida: “Eu acreditava que ia para o 
inferno por acreditar que estava fazendo algo de 
muito errado. Estava completamente fora de controle.
 Às vezes, eu acordava no meio da noite e começava a gritar, agitando os braços, tentando me livrar do 
que sentia. O medo e a ansiedade tomaram conta 
da minha vida.”
Winell afirmou que a recuperação de quem nasceu
em uma família de fanáticos religiosos é mais difícil
em relação àquele que adotou uma
crença fundamentalista na vida adulta, porque
não dispõe de parâmetro de comparação.
Ela disse que se livrar de uma religião é muito difícil
em muitos casos porque isso significa pôr em risco
um sistema de apoio composto por parentes e amigos, principalmente em relação às pessoas que 
nasceram em uma família de crentes fanáticos.
Uma paciente relatou o seu caso: “Eu perdi todos os meus amigos. Eu perdi meus laços estreitos 
com a família. Agora estou perdendo meu país. Eu perdi muito por causa desta religião maligna, 
e estou indignada e triste. . . Eu tentei duramente fazer novos amigos, mas falhei miseravelmente.
 Eu sou muito solitária.”
Outro paciente contou: “Minha vida estava fortemente arraigada e ancorada na religião, 
influenciando toda a minha visão do mundo. Meus primeiros passos fora do fundamentalismo
foram assustadores, e eu tive pensamentos frequentes de suicídio. Agora isso está no passado,
 mas eu ainda não encontrei o meu lugar no universo”.
Winell disse que resolveu dar o nome de “Síndrome de Trauma Religioso” ao conjunto de sintomas e características da lavagem cerebral religiosa porque assim fica mais fácil estudar e diagnosticar as pessoas que sofrem desses males.
Ela argumentou que a nomenclatura “STR” fornece um nome e uma descrição para as pessoas
afetadas pela religião, de modo que elas se sintam parte de um grupo e possam assim
compartilhar suas experiências, reduzindo sua percepção de solidão e de culpa.
Por isso, Winell discorda de que a criação de termos como “recuperação de religião” e “Síndrome de Trauma Religioso” sejam uma tentativa de ateus de patologizar as crenças religiosas. Até porque, disse, “a religião autoritária (como as pentecostais midiáticas) já é patológica”.
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