quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Lúcido, o Papa Francisco culpa acertadamente o "deus do dinhiero, ou deus Mercado", pelo terrorismo. Os extremistas islâmicos são frutos da exploração e homogenização capitalista do ocidente.



Texto e foto extraído do Associated Press, Reuters e do Conic - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil:

Papa culpa "deus do dinheiro", e não Islã, por terrorismo


O papa Francisco afirmou hoje que a inspiração para o terrorismo não é o Islã, mas sim uma economia mundial que glorifica o "deus do dinheiro" e leva as pessoas menos privilegiadas à violência.

"O terrorismo cresce quando não há outra opção, enquanto a economia mundial tem no seu centro o deus do dinheiro e não a pessoa", disse o pontífice a repórteres enquanto voltava ao Vaticano após uma visita de cinco dias à Polônia.

Segundo ele, a marginalização social e econômica da juventude muçulmana na Europa ajuda a explicar as ações de quem se junta a grupos extremistas.

"Quantos jovens nós, europeus, deixamos vazios de ideais? Eles não têm emprego, então se voltam às drogas e ao álcool. Eles vão para o exterior e se envolvem com grupos fundamentalistas", exemplificou.

Em entrevista concedida dentro do voo, o papa foi questionado sobre possíveis ligações entre o Islã e os recentes ataques terroristas, em especial o assassinato de um padre no norte da França por membros do Estado Islâmico na semana passada.

Citando sua própria experiência no diálogo inter-religioso, Francisco disse que os muçulmanos buscam apenas a paz. "Não é correto e não é justo dizer que o Islã é terrorista", afirmou.

"Se eu for falar de violência islamita, eu deveria falar de violência católica. Nem todos os muçulmanos são violentos, nem todos os católicos são violentos", completou.

Francisco também fez questão de chamar o Estado Islâmico de "pequeno grupo fundamentalista" que não representa o Islã como um todo.

"Em quase todas as religiões existe sempre um pequeno grupo de fundamentalistas, até mesmo na Igreja Católica", disse o papa, ainda que não haja necessariamente violência física. Pode-se matar tanto com a palavra, quanto com uma faca".


Fonte: Associated Press

Foto: Stefano Rellandini/Files/Reuters

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